O TRIUNFO DA IGNORÂNCIA HUMANA
O TRIUNFO DA IGNORÂNCIA HUMANA
Há aproximadamente 300.000 anos surgiu na Terra o Homo sapiens, produto da evolução anatomo fisiológica adaptativa de primatas originários entre 55 e 65 milhões de anos.
No século XIX o inglês Charles Darwin estabeleceu os argumentos científicos dessa evolução, demonstrando e consolidando os fundamentos duma nova e inusitada teoria. .
A partir do Homo sapiens, o pensamento cognitivo racional se estabeleceu predominante, viabilizando o surgimento da civilização humana, com agrupamentos sociais e interação intra espécie criadora de realizações e obras sublimes, tanto no âmbito prático empreendedor das melhorias de condições da vida e bem estar cotidiano, com destaque para o desenvolvimento científico, como na primorosa capacidade de produzir a mais virtuosa e relevante arte estética, inerente à espécie humana, seja na literatura, música, escultura, poesia, pintura e outras diversas formas de manifestação artística.
Mas, cumprindo a lei dialética da contradição e negação, a força do progresso e da evolução racional e científica, nulificada no período medieval e retomada com toda força a partir da era moderna e contemporânea, se vê diante de um impasse produzido pela sua própria condição intrínseca de avanço tecnológico.
O desenvolvimento veloz e impetuoso da tecnologia da informação, com suas redes mundiais de comunicação através da internet, em tempo real e imediato, gerou um efeito colateral adverso extremamente deletério, qual seja, o abandono da grande maioria das pessoas pelo conhecimento e saber através de meios mais confiáveis e fidedignos proporcionados pela simples leitura física de um livro ou visualização de uma obra de arte.
O homem do mundo se acomodou à superficialidade da informação virtual, seja verdadeira ou não. Então, as criaturas humanas de má fé, egoístas e interesseiras, conseguem se afirmar como os donos da verdade.
Está acontecendo uma alienação e imbecilização generalizada. A grande maioria das pessoas já não leem, não refletem, não questionam e não expressam opinião própria. Acreditam no que veem e ouvem nos seus instrumentos digitais idolatrados.
Reproduzo, a seguir, texto do genial Oliver Harden sobre o assunto.
TEXTO:
É assombroso constatar que a humanidade, outrora baluarte da razão, parece, a passos largos, afastar-se de sua superioridade racional, enredando-se em um sistema social que privilegia o instinto. Do primata ascendemos, e agora, em uma irônica dança do destino, parece que ao primata estamos a retornar.
Enquanto espécie dotada de razão, fomos capazes de criar e produzir obras magnânimas, como as de Dostoiévski, Goethe, Proust, Cervantes, Machado de Assis e Clarice Lispector.
Contudo, hoje, mal conseguimos gerar almas que compreendam os profundos pensamentos desses luminares. Este panorama, ao mesmo tempo deprimente e aterrador, convoca-nos à reflexão sobre o rumo que trilhamos, como se a luz da sabedoria estivesse a se apagar em um mundo que, por sua vez, se entrega à penumbra do instintivo.
Oliver Harden
unnamed-1.jpg
Marco Florentino e Oliver Harden
Enviado por Marco Florentino em 23/08/2025
Alterado em 23/08/2025