Marco Florentino
Em prosa e verso
Textos
MAHATMA LULA, LULA MADIBA
MAHATMA LULA, LULA MADIBA
  
Henry Campos
(Doutor em Medicina)

Neste último sábado, Lula Presidente, do alto dos seus 77 anos, não esperou pelas visitas preparatórias protocolares que antecedem os deslocamentos presidenciais. Arrebanhando alguns de seus ministros, Lula Presidente foi examinar, com os próprios olhos, o massacre, ou o holocausto, do povo Ianomâmi, legado do governo que o precedeu.

Com a imediata decretação, entre outras medidas, da emergência sanitária para a maior comunidade indígena do país e da determinação para que profissionais de saúde passem imediatamente a ir ao encontro das populações indígenas, o Presidente brasileiro deu um passo de gigante na afirmação de sua liderança, em nível nacional e internacional. A providencial inspeção presidencial deixa ainda mais claro que o combate à fome e à desigualdade, a luta para que todos os brasileiros tenham pelo menos três refeições ao dia, bandeiras maiores da sua campanha eleitoral não são figuras de retórica e sim, o leitmotiv do seu governo. De quebra, a intercessão presidencial teve o condão de chacoalhar a nossa acomodação frente a essa tragédia, fruto de torpe destinação oficial de uma das sanhas governistas, que se arrastava há tempo demais, como clamavam os povos da floresta.

Ao cuidar, assim como fez, do “ momento presente”, protagonizando, ele mesmo, “a mudança que quer ver no mundo”, Lula Presidente encarna o líder indiano Gandhi na sua inspiradora luta de Mahatma pela igualdade entre os homens (Mahatma – grande Alma; termo cunhado pelo poeta, romancista e dramaturgo Rabrindanath Tagore). Ainda nem bem empossado no cargo, Lula Presidente, em novembro último, em Shark El-Sheik, desafiou os países ricos a acabar com a fome no mundo, a exemplo do que fazia Nelson Mandela, o Madiba sul-africano, igualmente obcecado pelo “choro das crianças com fome”, no mesmo clamor que “democracia com fome e sem educação e saúde para a maioria é uma concha vazia”. Por isso - Mahatma Lula, Lula Mandiba. Pelo menos até que surja o nosso próprio qualificativo, que exulte à altura o Lula Presidente.

Com as medidas implantadas nesse início de governo, Lula Presidente já mostra a que veio – programa de transferência de renda de 600 reais; garantia de 2 bilhões de reais para Santas Casas e hospitais; aumento do piso salarial de professores; oito e meio milhões de doses de vacina contra a COVID para crianças; mercado aberto para a exportação de algodão para o Egito; retomada da política de valorização do salário mínimo; retomada do Fundo Amazônia; primeiras ações para fim dos sigilos de 100 anos; lei de equiparação da injúria racial ao crime de racismo; retirada dos Correios, EBC e Petrobras da lista de privatizações do governo; criação da Comissão de Prevenção e Controle de Desmatamento; revogação do decreto que segregava alunos com deficiência; retomada de investimentos na Cultura; revogação da permissão de exploração de madeira em terras indígenas; habilitação da exportação de carnes para a Indonésia; criação do Observatório da Violência Contra Jornalistas; recomposição integral do Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia; reconhecimento dos Agentes Comunitários de Saúde e de Combate a Endemias como profissionais de saúde.”

A coroa de flores depositada hoje no Monumento a San Martin, em Buenos Aires, é “amanhã que canta”, é estrofe adicionada à recomposição identitária de Soy Loco por Ti America, aos cantos de louvor à liberdade na América Latina e primeiro passo na reintegração regional.

O distensionamento progressivo e a paciente dissolução estratégica de resistências parece cada vez mais estar inspirado nos princípios não belicosos perseguidos por Gandhi e por Mandela.
Soa por demais ufanista? Não me parece.

Sigamos com Mahatma Lula, com Lula Mandiba.


MINHA RESPOSTA COMENTÁRIO:
Concordo totalmente com o grande mestre,  (*)ex diretor da Faculdade de Medicina e ex reitor da UFC (Universidade Federal do Ceará), Dr. Henry, neste brilhante texto que, longe das paixões ideológicas radicais que tanto tem prejudicado o país, mostra, no pouco tempo da sua terceira gestão à frente da Presidência da República, porque Lula passou a ser o maior e principal personagem da história política brasileira... e também social e econômica.

Na minha opinião  pessoal, até mais importante que seus grandes antecessores como D. Pedro II, Getúlio Vargas e Juscelino Kubtischek. Conforme o professor bem afirmou, até que surja um qualificativo próprio brasileiro que exulte a grandiosidade, universalidade e humanidade à altura do Lula Presidente, podemos associar seu nome aos de Mahatma, Mandiba, Luther, Tutu, Voltaire, Lincoln e outros grandes humanistas.

Marco Antônio Abreu Florentino
Marco Florentino e Henry Campos
Enviado por Marco Florentino em 25/01/2023
Alterado em 25/01/2023
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