Marco Florentino
Em prosa e verso
Textos
SOBERANA IMPLACÁVEL
SOBERANA IMPLACÁVEL

O poderoso de joelhos no chão
A graciosa se sentindo o nada
O rico vaidoso de pires na mão
A grotesca esnobe toda errada

O velho e o novo na desolação
A adjeção patroa e empregada
O bispo herege pedindo perdão
A dama e a puta toda enfeitada

Ninguém escapole da soberana
Quando se instala faz diferença
Sequaz da caminhada humana
A Implacável e perversa doença

Somente um respeitado inimigo
Às vezes cumpre dominar a fera
A medicina para ela é um perigo
Na dialética que jaz na quimera

Marco Antônio Abreu Florentino

NOTA: Poema inspirado num artigo sobre os últimos dias de vida de um dos mais importantes personagens da história humana: Vladimir Ilyich Ulianov (Lenin).

Líder da revolução bolchevique de 1917 na Rússia, evento que dividiu o mundo em capitalista e socialista/comunista, situação responsável por um dos períodos mais obscuros da humanidade, com inúmeros conflitos de raiz ideológica, com histórias de genocídios, torturas, assassinatos e desrespeitos à condição humana em diversos países, principalmente na própria Rússia, depois União Soviética, patrocinado por Stalin, sucessor espúrio de Lenin e um dos maiores tiranos genocidas da história.

Sem analisar e julgar a própria revolução russa e suas causas, enraizadas nas precárias condições de um povo que, em sua esmagadora maioria, vivia na miséria e na fome, contrastando com uma ínfima minoria burguesa privilegiada que se refostelava no desperdício, no autoritarismo e na humilhação aos mais humildes, o fato é que, após a morte de Lenin e de Trotsky, assassinado a mando de Stalin, os princípios teóricos de Marx e Engels, foram completamente desvirtuados.

No meu entender, o Marxismo e suas vertentes, como a defendida por Antônio Gramsci, são autênticas impossibilidades, ou seja, verdadeiras utopias. Motivo? O individualismo e o egoísmo humano.

O capitalismo é a expressão maior da essência humana, porém, suas condições negativas podem ser minimizadas pela social democracia, como procurei expressar no meu poema a seguir:

SOCIAL CAPITALISMO

CAPITALISMO
Tem origem no mercantilismo, logo após o período feudal
Se consolida no imperialismo, junto à revolução industrial
Da sociedade o consumismo, para criar os bens de capital
A base atual do liberalismo que domina o mundo ocidental

Parece um sistema natural de seguimento e foro universal
Quando se instala radical trata o operário como um animal
Faz do lucro o objetivo central sem olhar para o bem social
Segue o principio pontual no qual o ser humano não é igual

Especula no mercado financeiro, às vezes de forma imoral
Propriedade privada que acumula dinheiro não institucional
Americanos dirigem a locomotiva como nova ordem imperial
Se acelerar deixa o mundo à deriva, numa bagunça cambial

SOCIALISMO
Oposição ao capitalista, tem origem no pensamento marxista
Ideia racionalista que aceita os meios de produção mutualista
No manifesto comunista os princípios da revolução socialista
Não individualista, Marx e Engels criaram com alma idealista

Coletivização da produção com base na dialética materialista
Vem do estado a regulação, o que torna o sistema centralista
Na igualdade a sedução que nega a natureza humana dualista
Foi criado dessa abstração grande estado soviético generalista

Já nasceu justo e romântico, mas com forte vocação utopista
Vasto material acadêmico para teoria econômica universalista
Tem seu lugar na história como exemplo de governo populista
Pecou por ser contraditória, com evidente caráter monopolista

SOCIAL CAPITALISMO
Via alternativa para manutenção do estado de bem estar social
Mantém o lucro como condição, mas não ignora o assistencial
Liberdade de comércio e transação, com a participação laboral
Poder do estado em comunhão apenas para o que é essencial

Síntese que congrega com qualidade as classes em rivalidade
Redução da desigualdade para se conter qualquer hostilidade
Respeito à propriedade, com o trabalhador tendo oportunidade
Um mundo sem agressividade, onde prevaleça a humanidade

Marco Antônio Abreu Florentino

Com esse poema, deixo claro meu pensamento ideológico em relação aos sistemas econômicos impostos atualmente no mundo: nem socialista e nem capitalista... os dois, ou o que os dois tem de melhor. Chamo de SOCIAL CAPITALISMO, já conhecido como capitalismo do bem estar social.

No poema, procurei mostrar a fragilidade humana frente às condições naturais de doença. No caso de Lenin, vemos dois momentos. O primeiro registro mostra um Lenin com olhar confiante, inteligente, determinado, senhor de si. No segundo, após sucessivos AVC´s, um Lenin com olhar perdido para o nada, como se morto vivo, ao lado de sua companheira e médico.

Lenin liderou a Rússia Soviética de 1917 a 1924 e a União Soviética de 1922 até sua morte. Morreu em 21/01/1924..

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OBS: Acho a radicalidade política e ideológica polarizada, uma das maiores burrices da sociedade humana, típica de quem não conhece a natureza do homem.

Exemplo: Exerço a função de médico do trabalho em empresas de natureza capitalista, cujos empresários possuem muito mais consciência trabalhista e respeito aos direitos do trabalhador, do que o mais convicto dos socialistas.

Em tempo: A mais próxima experiência comunista no Brasil ocorreu com Luís Carlos Prestes. Lula e o PT estão longe dessa condição. Somente imbecis ignorantes, desconhecedores da história e do conceito de comunismo, como o nosso presidente psicopata terrorista, podem pensar assim.    
Marco Florentino
Enviado por Marco Florentino em 22/01/2022
Alterado em 22/01/2022
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