MEMÓRIA ITINERANTE

RIO DE JANEIRO
Exórdio vital na urbe originária
De quase nenhuma lembrança
A volta após adulto necessária
Para iterar o início da andança

CURITIBA
Da saudade de toda a infância
E do começo da adolescência
Tempos de crucial importância
Para certificação da existência

BELÉM
Afirmação da arrojada juventude
Nos estudos e trabalho precoce
Geração de família em plenitude
Para adquirir e ter alguma posse

MANAUS
Demarcação de forte maturidade
No valor e afirmação profissional
E na persecução da sua verdade
Para recuperar o sentido pessoal

JOÃO PESSOA
Da retomada do viver em regozijo
Consigo mesmo, amigos e gente
Sem precisar ficar no esconderijo
Para seguir em frente, consciente

NATAL
Momento de transição e alteração
Cidade formosa de face charmosa
No pouco e ativo tempo de solidão
Para sentir a oposição harmoniosa

FORTALEZA
Retorno final da nascença maternal
Amor e poesia nos rastros da amada
Respeita em paz a verdade terminal
Sabe que se trata da última morada

Marco Antônio Abreu Florentino

Poema sentimental que resume toda uma vida itinerante, como a experiência na Marinha do Brasil, a bordo do Navio da Assistência Hospitalar (NASH) Oswaldo Cruz, que faz um atendimento médico itinerante em toda bacia Amazônica.

Na época (1986 a 1988), uma tripulação estruturada e comandada por um grande homem, Capitão de Corveta Ronaldo Megdalani Carvalho, hoje Capitão de Mar e Guerra da reserva, que conseguia, com sua simplicidade, conhecimento e humanidade, fazer do navio uma grande família.

A lembrança de estimadas amizades construídas nesse período, continuam presentes e atuais, como a do Dr. Tulio César Ferreira de Oliveira, à época 1° Ten Cirurgião Dentista e hoje também Cap. de Mar e Guerra da reserva. Amizade que permaneceu durante todos esses anos e que nos honra pelo apreço, lealdade e perseverança.

A música postada a seguir traz a lembrança dessa fase mágica, pois o cantor britânico despontava como um grande artista e sua genial canção um estrondoso sucesso, a qual ouvíamos quase todos os dias enquanto navegávamos naqueles confins da Amazônia, distante de tudo e de todos.

https://youtu.be/h0ffIJ7ZO4U
(Sultans Of Swing - Dire Straits)