ESCRAVOS SE VÃO
ESCRAVOS SE VÃO
Artigo encardido de livre mercado
De alma vermelha lacrada na pele
Brioso pendor do remoto passado
Mandinga certa que branco repele
Do castigo inclemente até a ferida
A dor mais pungente vem da alma
Na poma da raça não é esquecida
Sem desforra o espírito se acalma
Grilhões e ferros se rompem na lei
Ulo da chibata se cala à voz do rei
Continua o opressor na escravidão
Em odiosa forma de discriminação
Ainda considerado produto incapaz
Até onde vai a sombra do capataz?
Marco Antônio Abreu Florentino
Soneto que reforça a necessidade de se estar diuturnamente combatendo e punindo exemplarmente qualquer forma de preconceito e/ou discriminação, mormente a racial, principalmente num país cuja origem é ¨feita de três raças tristes¨(Belchior), e que a maioria esmagadora da sua população tem ascendência negra.
https://youtu.be/Qga3mBv_Fz0
(O Mestre Sala dos Mares - João Bosco e Chico Buarque)
Marco Florentino
Enviado por Marco Florentino em 21/02/2021
Alterado em 21/02/2021