KAFKA NÃO É CAFTA

            Em tempos de escuridão, quando a noite parece não ter fim e o frio lá fora vem acompanhado de tempestades que vomitam seus raios e berram seus trovões impiedosamente sobre a terra, fazendo os ventos açoitarem as janelas como se quisessem entrar sem pedir licença, obrigando-nos ao abrigo de nossas confortáveis e aquecidas casas, se faz conveniente ter ao nosso alcance livros que contenham obras fundamentais da literatura universal, capazes de, como num passe de mágica, inverter as sinistras condições climáticas de tormentas e trevas para um alvorecer sereno e luminoso, como aconteceu no Iluminismo Europeu do séc. XVIII.

            Livros como os do genial escritor de língua alemã Franz Kafka, nascido em Praga (antigo Império Austro-Húngaro, atual República Tcheca) e que, conforme as inúmeras lendas envolvendo essa belíssima e misteriosa cidade, falando sobre estranhas premonições e profecias, fazem parte dum imaginário surreal, até porque suas obras são surreais

            Comenta-se que Praga é uma das mais belas cidades do mundo. É chamada de ¨pérola das cem torres¨, pelo fato de que, para onde se olhar no horizonte avista-se uma torre. É conhecida também como ¨mãe mágica das cidades¨, por causa da forte relação com astrólogos e alquimistas na sua construção, a exemplo da Ponte Carlos, que foi construída a pedido do rei tcheco e imperador romano-germânico Carlos IV, o qual solicitou aos astrólogos um cálculo para saber o melhor dia e hora para começar a construção da ponte.

            Os astrólogos concluíram que o dia 9 de julho de 1357, às 5 horas e 31 minutos seria o ideal, pois este horário exato criou uma sequência ascendente e descendente de números ímpares: 1-3-5-7-9-7-5-3-1. E assim, a primeira pedra que iniciou a construção da ponte foi colocada exatamente nesse dia e hora. Se pararmos para pensar que desde 1357 a ponte está de pé, passando por inúmeras e grandes transformações históricas e enchentes, acho que dá para confiar um pouco nesses astrólogos.

            Outra lenda criada após a morte do famoso escritor tcheco em 1924, diz respeito à leitura de seus contos e romances. Desde essa época verificou-se que, quando uma autoridade governamental de um país, particularmente ligada à educação, cita sua obra sem a ter lido, derrotas e fracassos vão marcar a respectiva gestão.

            Pior ainda se essa autoridade for a mais importante da educação, errar o nome do autor e troca-lo pelo nome de um espetinho árabe. Neste caso os infortúnios serão bem maiores.

            Entretanto, acredita-se que, se a maioria desse povo, no caso o brasileiro, ler as obras desse emblemático e fundamental escritor, será dado um passo inicial gigantesco para melhoria das condições de escuridão e tormentas.

            E se na carona de Kafka esse mesmo povo aproveitar para ler seus ícones literários como Machado de Assis, João Guimarães Rosa, Augusto dos Anjos e tantos outros ¨GRANDES¨ da literatura tupiniquim, ai teremos a certeza de que o sol voltará a iluminar o país num clima de tranquilidade e paz. Caso isso se torne realidade, o ano da virada já está certo: 2022.

            Quem não vai gostar muito dessa história é uma determinada criatura portadora de transtorno psicopático, um charlatão que mora no exterior, provavelmente fugindo de alguma falcatrua, com fixação em ânus cabeludo, talvez por um trauma de adolescência que gerou medo ou atração, mas que tem tido influencia no atual governo, governo que, inacreditavelmente, foi eleito por uma maioria de incautos e deslumbrados, os quais ainda fazem questão de afirmar de cara aberta que não querem ler nada.

            Aqui entre nós, corre à boca pequena que esse velho mancebo metido a filósofo se isolou no exterior pra esconder de todos um estranho fenômeno que vem acontecendo com ele. Sem sintomas ou sinais prévios, de uma hora para outra, ele se transforma em um inseto nojento e repulsivo, até mais do que ele próprio na forma humana, como em ¨Metamorfose¨ de Kafka, daí seu ódio a este autor. Dizem que, por isso, mandou o ministro da educação do Brasil citar Kafka através da obra prima ¨O Processo¨, mas por falha na comunicação, o suposto culto ministro, que está mais pra ¨curto¨, falou Cafta.  

            A despeito da vontade do ¨véi¨ mentecapto americanizado que se acha intelectual se transformar em inseto, já que não tem jeito de evitar, ele gostaria que, pelo menos fosse num inseto nobre como uma borboleta, um gafanhoto ou até mesmo uma descolorida mariposa, mas parece que se transforma num daqueles percevejos fedorentos ou talvez uma barata, enfim, um inseto medonho, como num filme de terror.  

            Por sinal, foi essa criatura desprezível que indicou o atual ministro da educação, figura que tem orgulho das várias reprovações durante sua graduação superior e que substituiu outra coisa bizarra, totalmente sem noção e que, ainda pra piorar, era estrangeiro. Também indicou o atual chanceler brasileiro, o tal que acha, como seu guru, que a Terra é plana. Este mais gagueja do que fala... éééé.
        
            Indicou também a pastora ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, aquela que ajudou Jesus num pé de goiaba para que ele pudesse salva-la. Essa senhora tem afirmado que a Elza, do desenho animado Frozen, é lésbica porque mora sozinha num castelo de gelo (será que é no maior castelo do mundo, justamente em Praga?). Pelo menos essa doidivanas, por ser um pouquinho mais esclarecida, deve escrever um romance mudando a história da Bela Adormecida, a qual, segundo ela, vai ser acordada com um beijo gay da Elza Frozen.
Por ora tem se ocupado em coletar calcinhas para as meninas pré adolescentes do Marajó para que não engravidem. Quem sabe construir uma fábrica por lá, nas imediações de Genipapo, uma cidade de palafitas que visitei  para o atendimento médico da sua população quando estive na Marinha.

            Por enquanto, vamos seguir o exemplo do cantor e compositor Djavan na canção ¨Nem Um Dia¨: - Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro, e o pensamento lá em você, eu sem você não vivo...

Marco Antônio Abreu Florentino

https://youtu.be/u7f3oD-xsfo
(Nem Um Dia - Djavan)