VIVER É LUTAR
VIVER É LUTAR
Concordo com o Prof. Afrânio que desistir não é a via adequada, mas essa luta tem que ser redimensionada pelos novos valores impostos por uma sociedade que se desumaniza cada vez mais, num ritmo alucinante. A estratégia tem que ser repensada e executada de forma inteligente. Porém acredito que certos valores nunca mudam e sempre serão ferramentas e armas importantes de luta, como o anarquismo enquanto movimento político e a desobediência civil inteligente, principalmente em se tratando de governos e lideranças estabelecidas de forma ilegítima ou maquiada por um poder judiciário conivente.
A seguir, um dos mais expressivos poemas da literatura brasileira sobre o assunto em questão, escrito pelo genial poeta maranhense de Caxias, Gonçalves Dias:
Não chores meu filho
Não chores, que a vida
É luta renhida,
Viver é lutar,
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.
Marco Antônio Abreu Florentino
A SEGUIR, O TEXTO DO PROFESSOR DE DIREITO DA UERJ AFRÂNIO SILVA JARDIM:
ABAIXO O CONFORMISMO !!! NÃO AO DERROTISMO E AO PESSIMISMO. A LUTA É CONSTRUTIVA POR SI SÓ !!!
TENDO EM VISTA ALGUNS PRONUNCIAMENTOS PESSIMISTAS DE UNS POUCOS LEITORES, AÍ VAI O MEU RECADO:
Não podemos nos abater pelo pessimismo. Não podemos "jogar a toalha"
Este comportamento conformista só serve aos nossos adversários. A "luta" tem de ser permanente. Não podemos nos entregar ... A "'luta", por si só, nos dá razão para viver.
Lutar pelo que julgamos ser justo já nos proporciona uma "parcela de felicidade".
Pensemos em quantos companheiros idealistas morreram e foram torturados lutando por uma sociedade mais justa. Certo ou errado deram as suas vidas pelos outros ...
Quando menos se espera, o povo desperta e passa a ser agente de sua própria história. Enquanto houver injustiça neste mundo, haverá quem lute contra ela.
A rebeldia é inerente ao ser humano. Não existisse a rebeldia e ainda estaríamos dentro das cavernas.
A evolução da humanidade se deve muito às transgressões das normas impostas pelo poder dominante. Se não houvesse o comportamento "marginal", a sociedade não teria evoluído.
Falo marginal no sentido de agir questionando o status quo. Vale dizer, agir à margem das regras injustas, impostas por quem detém o poder político em determinado momento histórico.
No caso, no momento atual, estamos apenas lutando por um verdadeiro Estado Democrático de Direito.
Temos que lutar permanentemente contra o autoritarismo, contra o massacre do poder econômico, contra a corrupção, contra a retirada de direitos da população, contra o racismo, contra uma justiça inquisitiva e parcial, contra uma mídia desonesta e vulgar, vale dizer, contra o fascismo.
Invoco aqui os pensamentos de Eduardo Galeano:
“SI ME CAÍ, ES PORQUE ESTABA CAMINANDO
Y CAMINAR VALE A PENA AUNQUE TE CAIGAS".
(Se eu caí, é porque estava caminhando e caminhar vale a pena ainda que venhamos a cair).
“A UTOPIA ESTÁ NO HORIZONTE. ME APROXIMO DOIS PASSOS, ELA SE AFASTA DOIS PASSOS. CAMINHO DEZ PASSOS E HORIZONTE CORRE DEZ PASSOS. POR MAIS QUE EU CAMINHE, JAMAIS A ALCANÇAREI. PARA QUE SERVE ENTÃO A UTOPIA? SERVE PARA ISSO: PARA QUE EU NÃO DEIXE DE CAMINHAR".
Afranio Silva Jardim, professor associado de Direito da Uerj.
Marco Florentino e Afrânio Silva Jardim
Enviado por Marco Florentino em 29/10/2017
Alterado em 05/03/2020