ALMAS QUE MORREM
ALMAS QUE MORREM
Vai além do cotidiano quem morre debaixo do pano
A face invisível dos que sofrem a trama imprevisível
Proceder desumano que gera o pensamento insano
Sentimento insensível que se estabelece irreversível
Almas sem rosto que seguem na vida a contragosto
Existência dilacerada como se levada por chicotada
Com profundo desgosto aceita o mal antes proposto
Gente cansada que avança na estrada sem chegada
Ser abjeto sem consciência dormita jurando inocência
Não se sente culpado, acredita nunca ser condenado
Vive de aparência, agindo conforme sua conveniência
É o seu fiel magistrado numa nação de povo algemado
Chichicov está presente numa terra de gente diferente
Como celerado vilão, continua a matar almas sem chão
Copiam seu expediente sem um mínimo pudor incipiente
Se utilizam da corrupção para conseguir mais ascensão
Marco Antônio Abreu Florentino
Poema inspirado no romance ¨ALMAS MORTAS¨ do russo Nicolau Gogol, publicado no séc. XIX e que retrata a corrupção disseminada, principalmente nas esferas do poder público, que junto ao excesso de burocracia, propiciava um campo fértil para essas irregularidades, exatamente como no Brasil atual, nada distante das condições russas de dois séculos atrás. A diferença está na quantidade de corruptos como Pável Ivánovitch Tchítchicov, que no Brasil extrapolou, universalmente, toda e qualquer mensuração lógica. A MAIOR CORRUPÇÃO DE TODA HISTÓRIA DA HUMANIDADE.
https://youtu.be/87DSLpYZ9Qc
(You Never Give Me Your Money - The Beatles)
Marco Florentino
Enviado por Marco Florentino em 30/05/2017
Alterado em 31/05/2017