Marco Florentino
Em prosa e verso
Textos
AMOR E ÓDIO
AMOR E ÓDIO

Amor fala direto ao coração, ignora os apelos da razão
Ódio transforma boa ação em motivo torpe de violação

Amor é paciente, torna o homem um ente mais prudente
Ódio é igual corrente no inocente quando fica dependente

Amor não aceita conselho, com a certeza caminha parelho
Ódio é olhar o espelho e ver o mundo tingido de vermelho

Amor é confiar e se entregar sem ter o medo de tropeçar
Ódio é comandar e intimidar criando pretexto pra duvidar

Amor é precedido da paixão, depois anda ao lado do tesão
Ódio é pura decepção quando busca no outro sua atenção

Amor é essencial e universal, também eterno e atemporal
Ódio é passageiro e ocasional, pois tem causa superficial

Amor é a pétala da flor que acaricia a face do torturador  
Ódio só entende o terror de quem se curva diante da dor

Amor é suave remanso ao viajante que procura descanso
Ódio é provocar ranso em pessoas que agem como banso

Amor é certeza da fé que transcende as doutrinas da Sé
Ódio recorre a má fé de quem faz do cotidiano um banzé

Amor e ódio são forças dinâmicas do movimento dialético
O estético que se complementa pra evolução do ascético

Marco Antônio Abreu Florentino

Homenagem aos grandes personagens da história humana como Jeshua ben Joseph (Jesus Cristo), Siddhartha Gautama (Buda), Ch'iu K'ung (Confúcio), Sócrates, Platão, Muhammad Bin Abdullah... (Maomé), Santo Agostinho, Tomás de Aquino, Jean- Jacques Rousseau,  Bhaktivedanta Swami Prabhupada (tradutor do Bhagaqvad Gita), Mahatma Gandhi, Martin Luter King, John Lennon, os quatorze Dalai Lama do Tibete e outros que, a despeito da utopia do amor universal, como quer o poema, contrapondo-se à verdade terrena do ódio entre os homens, acreditaram e inclusive imaginaram, até o fim das suas vidas, um mundo utópico comandado pelo amor, que venceria o ódio e a maldade humana. Não deram a devida importância a um detalhe fundamental: a natureza humana, que tem incrustada na sua essência tanto o sentimento de amor como de ódio, prevalecendo sempre o segundo em tempos difíceis, quando há ruptura do equilíbrio harmônico e social, como no Brasil atual e há séculos no Oriente Médio. Por isso concordo com o pensamento de Thomas Hobbes em seu ¨Leviatã¨.

https://youtu.be/Kiok0T2WHf4
(O Sal da Terra - Beto Guedes)
Marco Florentino
Enviado por Marco Florentino em 23/05/2016
Alterado em 18/01/2017
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