Marco Florentino
Em prosa e verso
Textos
FANTASMAS DO PASSADO, ALMAS DO PRESENTE
FANTASMAS DO PASSADO, ALMAS DO PRESENTE

           Quando sentamos naquele bar-café para uma cervejinha, numa ensolarada manhã de sábado, envoltos pelo burburinho de centenas de almas mortas... ou vivas, num desvario alucinante da ágora pulsante, em busca de tudo e algo mais, uma estranha aura se criou trazida do vento leste, engendrando fantasmas de um tempo que passou para nós, mas que o momento do tempo paralisou para eles.
            O Fênix da antiga José de Alencar... o Elegante, o do Comércio e o mais badalado da Boticário, o Java, enviou seus emissários para um tributo ao Tibúrcio.
            Tal movimentação se fez sentir na contundência inesperada e repentina de tão auspicioso acontecimento, atingindo em cheio espíritos sedentos da bebida que tanto embriagou uma época, um lugar, um povo.
            A euforia assumiu seu posto de timoneiro, nos guiando para mares dantes navegados e por isso mesmo, sempre rebuscados. Foi mágico, onírico, impagável.
            No fim da tarde os espectros se recolheram na certeza de um breve retorno.

Félix Guanabarino dedica este texto a Serrano e Moacir Jurema.

NOTA: Texto escrito em 2007 no tempo da ¨Nova Padaria Espiritual¨, relatando o encontro dos padeiros Marco Antônio Abreu (Félix Guanabarino), Francisco Brilhante (Serrano) e Luis Cézar Carvalho (Moacir Jurema) num sábado pela manhã na Praça dos Leões, antigo e tradicional logradouro de Fortaleza/CE, próximo à Praça do Ferreira (Boticário Ferreira), onde os padeiros originais da antiga Padaria Espiritual (conhecida agremiação literária e cultural surgida no centro de Fortaleza em Maio de 1892 por escritores, músicos e pintores) se encontravam.
O encontro espontâneo marcou um momento impagável e único na breve mas intensa existência do movimento criado como tributo a esse importante episódio da história cearense.

Marco Antônio Abreu Florentino  
Marco Florentino
Enviado por Marco Florentino em 15/12/2015
Alterado em 21/10/2018
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